Uma perna preta, outra branca, mais outra preta e outra branca, mas as luvinhas... brancas: era o meu Minou (falta de originalidade: em França faz-se "minou, minou" como aqui se faz "bch,bch,bch"), mas ele apareceu-nos na rua sem BI, perdão sem coleira.
Foi assim: naqueles dias tinha nevado muito. De repente sai um bichano debaixo de um automóvel, a pedir comida. Dei uma latinha, no dia seguinte o mesmo. No 3º dia o dito bichano não tocou na comida, mas colou-se a mim como a dizer "leva-se contigo" e, como continuava neve na rua, lá foi nos braços - directo para um banho quentinho, pois estava sujíssimo de óleo dos carros. Tentei iludir-me pensando que o daria a alguma amiga, mas era já era crescidinho - ficou a acompanhar a Mitchy.
Como o meu colo estava sempre ocupado pela Mitchy, o Minou decidiu-se pelos braços da minha filha, não sem deitar à Mitchy uns olhares assassinos de puro ciúme !
Foi um gatão muito alegre e amoroso que acompanhou a família nas suas deslocações. Costumava "lavar-me" os cabelos com lambidelas.
Uma tarde, sem que nada o fizesse prever, esperou que eu chegasse do emprego para morrer nos meus braços, um ano depois da sua amiga Mitchy.
Paloma, confesso-te uma coisa: nunca vi um ser vivo lutar tanto contra a morte como o Minou. Levantava-se querendo fugir, caía, tornava a levantar-se, impressionante !
Sim, foi um gatinho muito feliz e dele ficou-me uma predilecção pelos gatos com este "desenho" - o Minou (uma homenagem ao meu lindo) e o Júnior, do gatil Felv da UZ, são assim !