Foi a minha 1ª gata e aquela com a qual houve maior cumplicidade.
Adorava-me e conhecia-me tão bem que não consentia ver-me triste, nem que eu ralhasse com a minha filha - puxava-me pelas mangas até eu parar, miando aflitivamente.
Chegou bébé e decidiu que ia ser a minha gata.
Irrequieta como todos os bébés, sofreu um traumatismo craniano muito grave porque se atravessou na porta da rua quando uma visita a fechava com força. Ficou como um trapo morto. Foi ao vet e seguiram-se dias e noites de aflição, com a sua caminha ao lado ao lado da minha, com as funcões vitais reduzidas ao mínimo. Um dia levantou-se e foi à toilette: estava salva !!!
Adorava tanto bolo de chocolate como os meus amigos, além de batatas fritas e bolachinhas de aperitivo - tudo coisas que "pedia" mas de que só obtinha uma amostra.
Foi a minha grande AMIGA durante 15 anos, veio de França para Portugal com a família, e conheceu outros habitantes felinos: o Minou, também parisiense e um gatinho da minha filha. A este consentia que mamasse nela, já velhinha e muito doente.
Nunca mais consegui esta cumplicidade com outro felino, por mais que os ame. A sua perda está gravada em mim.
Margarida, que revolta senti ao ler a história da Mica. Provavelmente a tua menina teria vivido mais uns aninhos, se tivesse sido operada por verdadeiros profissionais.
Suponho que não tinha sido esterilizada, mas há alguns anos ninguém falava que as esterilizações evitam muitos tumores de toda a espécie.
Um abraço apertado para ti !
Também tive uma gata muito especial (Mica) durante 15 anos. Nunca foi ao veterinário (num precisou),quando já velhinha foi disseram que tinha que se operada, tinha quistos. Perguntei se a operação a iria ajudar ou incapacita-la de alguma forma. O vet. disse que não, ficava como nova. Foi operada recuperou da anestesia, mas a cicatriz (barriga aberta) nunca mais curava e a Mica cada vez mais parada, quase não saia da cama nem para conhecer o Nestum (gato que tenho agora) e ela adorava bébés. Decidi ir novamente ao vet. A clinica como surgira desaparecera. Fiquei assustada, a clinica tinha sido recomendada por pessoas amigas, agora onde iria. Descobri uma (verdadeira) clinica vet. mas infelizmente tarde demais. A Mica estav num sofrimento tal, a zona da cicatriz estava em decomposição. COMO NÃO VI!! A unica solução: Eutanásia. Nunca me vou esquecer os seu ultimo olhar, ela sabia que seria a ultima vez. Passaram quase 4 anos e ainda me doi. Os animais entram no nosso coração e quando vão levam um pedacinho, por isso doi. Mas a lembranças boas ajudam a curar essa ferida.
É linda, a Mitchy, e continuará sempre a ser uma gatinha muito especial enquanto a dona que tanto a adora a trouxer gravada na memória. Há, de facto, animais que se tornam parte de nós.
Beijinhos.
