Era uma vez ... uma gatinha bébé aí com 2 mesitos que estava a tiritar de frio e medo na Base Naval de Vila Franca de Xira, muito magrinha, pois a mãe dela já a tinha mandado à vida e ainda por cima estava numa zona de grande trânsito, arriscando-se a ser atropelada.
Era um dia 1 de Novembro especialmente frio e a Elisabete só por acaso estava na tal Base. Ao tentar agarrar a menina, esta entrou em pânico e refugiou-se dentro do motor de um veículo estacionado. Aí a pretendente a protectora esperou a pé firme 1 hora que chegasse o dono do carro e aí extirparam a miúda, que com as suas bufadelas impunha respeito a marinheiros de barba rija, à custa de muitas arranhadelas nas mãos.
“Só por 15 dias, Elisabete !” OK mas passados esses 15 dias a miúda ainda não estava suficientemente reconstituída para ser devolvida à Base, e começaram as crises conjugais. “Tinhas-me dito que era só por 15 dias, enganaste-me !”
A Câline continuou assim, 15 dias de cada vez, até que não se falou mais nisso, e acompanhou a família para todo o lado, mesmo para o estrangeiro, tanto de avião como de automóvel.
Foi sempre muito tímida, algo bravinha mesmo e sempre receei o dia em que tivesse que dar-lhe algum medicamento.
A pouca sorte dela foi que, pouco tempo depois de ir ao veterinário e de ele dizer que tudo estava 100% bem, ela faleceu sozinha, durante a noite, sem pedir auxílio, e eu não páro de me auto-recriminar por não me ter apercebido que alguma coisa estava mal.
Adeus, Câline linda !
Morreu tal e qual como a minha Lucky e tb eu me recrimino por n ter acordado a tempo. Quem sabe ela ainda estaria hoje aqui? O meu consolo é ter-lhe dado td o amor e carinho q me foi possivel nos últimos meses da visa dela.
Era mt linda a Câline
A Caline foi con certeza muito feliz contigo Eli, e graças a ti viveu uma vida bem mais longa que a que teria se não tivesses acolhido esta menina. Nem sempre conseguimos percebre tudo o que se passa com os nossos meninos, não tenhas sentimentos de culpa por algo que estava, provavelmente, fora do teu alcance.
Bien que les fleurs se fanent, meurent et disparaissent, leurs précieux parfums demeurent toujours. Tout comme ces fleurs éclatantes, ceux que nous aimons ne meurent jamais; ils demeurent avec nous à jamais, empreints dans nos souvenirs précieux
Courage
Elisabete, perder um dos nossos amados filhotinhos é sempre uma dor imensa e na ânsia de se procurar uma explicação por vezes auto-culpamo-nos, pensando que poderiamos ter feito algo, quando, na verdade, não estava ao nosso alcance. A Câline foi, com certeza, uma gatinha muito amada e que teve uma "mamã" sempre muito atenta e cuidadosa.