Tareco

Raça: Europeu Comum D. Nascimento: 2001-05-09 D. Óbito: 2003-08-09

A história do Tareco é um misto de tristeza e felicidade...
No Verão de 2003, encontrei um gatinho com cerca de 4 meses perto do quintal da minha casa. Estava muito assustado e com imensas dores, pois não conseguia mover as patinhas traseiras e deitava sangue da boca por ter alguns dentinhos partidos, o que o impedia de comer (dava ideia de que tinha sido agredido ou atropelado). Tratámos dele (eu e os meus pais), tanto quanto podíamos, e ao fim de algumas semanas o nosso peludinho deu-nos uma verdadeira lição de sobrevivência e ficou totalmente recuperado.
O Tareco era um gatinho meigo, carente e sensível, o que nos obrigava a ter muito cuidado na forma de o tratar... bastava que lhe levantássemos um pouco a voz ou lhe ralhássemos para que ficasse aflito e assustado. Dava umas turrinhas deliciosas e adorava deitar-se de barriga par cima para receber festinhas... retribuía dedicadamente toda a afeição que tínhamos por ele.
O meu docinho ia atrás de nós para todo o lado. O seu passeio favorito era acompanhar o meu pai à mercearia todas as manhãs, talvez para se assegurar de que o seu dono favorito trazia o pão para casa!
Apesar de inicialmente ficar muito assustado quando se via fechado dentro de casa, progressivamente o Tareco foi ganhando confiança e apreciando as sestas que fazia junto de nós.
No entanto, a doçura do Tareco não conseguiu seduzir todos os membros da nossa família... O Romeu (gato que vivia sozinho connosco há 5 anos) não tolerou bem a presença do Tareco e, apesar de ser castrado, decidiu que não queria dividir o seu precioso território com mais gatito nenhum!
A verdade é que 3 anos de convivência foram fazendo com que o Romeu aceitasse melhor o Tareco, mas isso não o impedia de lhe ralhar sempre que se cruzavam (este “ralhar” do Romeu limitou-se sempre a umas sopradelas e patadas inofensivas, o que já era demais par um gato tão sensível como o Tareco). Doce como era, o meu querido laranjinha nunca fez frente ao Romeu e evitava-o a todo o custo (excepto quando o Romeu estava a dormir e era cheirado à rebelia)
Um dia, no Verão passado, o meu Tarequinho não voltou do seu passeio... :’(
Procurámos nas proximidades, perguntámos a todos os vizinhos e nada... ninguém sabia nada, ninguém tinha visto nada, NADA...
Talvez alguém soubesse de alguma coisa... pois dois dias depois o meu pai encontrou um gatinho siamês envenenado perto da nossa casa... (NÃO HÁ PALAVRAS PARA ISTO!!!)... sei que se pudesse ele voltaria para casa...
Continuo a ter a esperança de que alguém tenha gostado tanto dele que tenha ficado com ele, ignorando o facto de ter coleira e estar identificado...
O Tareco vai ser sempre o meu peludinho das turrinhas doces... sempre inesquecível... sempre tão especial...