Artigo retirado de:
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Autor:
Colin (Pedro Almeida) [ Europe/Lisbon ] 2005/09/01 14:17

Em tua memória, Nico

Certo dia, a gata que vivia junto à garagem deste prédio escuro teve uma ninhada, ninhada essa repleta de 4 gatinhos magníficos e brincalhões: 2 machos brancos, e 2 fêmeas tigradas como a mãe.
Autor: Colin (Pedro Almeida)
Nico

"Um cão em casa"... foi logo o que invadiu as mentes dos habitantes cá de casa quando, de repente, chega no colo da jovem da casa, um gatinho branco com olhos azuis resplandescentes! Lindo!

Cresceu e o seu feitio começou a alterar-se: a ficar brincalhão e muito arisco mas amigo dos donos.

Aos 5 meses pulava para cima do cão, corria feito louco.

Completando 1 ano, este gatão estava lindo, mistura de siamês com europeu comum, era grande, forte, elegante e um gatão.

A castração não foi dolorosa, e no outro dia estava pronto para outra.

Os pombos voavam na janela, os pulos para as janelas faziam com que os donos ficassem com o coração nas mãos, a tentação felina era mais forte, e aquele gato arisco se pudesse fugia de casa. Amava os donos mas o seu fraco sentido de orientação por viver num apartamento, junto à sua teimosia e aventura, fazia com que os seus donos temessem o pior.

Com o tempo, tornou-se mais arisco e um pouco mais meigo, mas a sua teimosia tornava a leva-lo às janelas, que quase sempre estavam fechadas.

A viagem de férias para o Algarve foi óptima, dentro da transportadora a lamber-se e a olhar para a caixa ao lado com as tartarugas. Estava muito engraçado.

Do tamanho do cão e rebelde como sempre, o Nico ficava preso pela coleira, no poste da casa. Sempre lá ficou, mesmo no ano anterior, e caçava grilos, gafanhotos, pássaros até! (sim porque a sua teimosia matou dois canários que tivemos).

Um dia como todos os outros, os seus donos voltaram da praia. O seu dono mais velho chegava sempre primeiro para preparar o almoço.

O seu amigo Noi olhava para o muro, onde o corpo de Nico jazia inerte e morto, pendurado pela corda que o segurava há tanto tempo!

Com 1 ano e meio, Nico, o jovem gato rebelde que arriscava tudo e aventurava-se à toa, deixou-nos com um suave balançar do vento.

Nessa noite o seu amigo Noi, ganiu e uivou pela falta do seu companheiro que dormia todas as noites com ele.

Foi mais de uma semana de lágrimas derramadas e de arrependimentos sólidos.

A lição da vida faz-nos crescer. Hoje sigo em frente, arranjei uma nova companhia e vou cuidar dele e tomar mais precauções, que a minha inexperiente vida não teve com o Nico.

Nico tu resides nos nossos corações e nunca te esqueceremos e jamais te substituiremos! És único, foste meu e estarás sempre dentro de mim!

Obrigado Nico por teres vivido comigo e com todos que te apoiaram e ajudaram!