Artigo retirado de:
http://www.felinus.org/index.php?area=artigo&action=show&id=709
Autor:
Becas (Fernanda Ferreira) [ Europe/Lisbon ] 2005/05/19 09:28

Dejectos de animais sustentam Jardim Zoológico

Um Zoo nova-iorquino estuda a hipótese de utilizar as fezes dos seus cativos para produzir energia e poupar nas contas de electricidade. A solução poderá parecer "suja", mas o ambiente agradece.

O Jardim Zoológico Rosamond Gifford, em Nova Iorque, poderá ser o primeiro a usar dejectos para produzir energia. O Zoo está a estudar a possibilidade de utilizar as fezes dos seus animais como uma energia alternativa, para reduzir os cerca de 400 mil dólares gastos anualmente em electricidade.

De acordo com a directora do Zoo, Anne Baker, citada pela AP, só o grupo de seis elefantes asiáticos do parque produz mais de 450 Kg de dejectos por dia, que são enviados para uma quinta local juntamente com os de outros animais, onde são utilizados como adubo. O transporte e eliminação dos resíduos acarreta para a instituição despesas anuais de mais de 10 mil dólares.

Segundo a especialista, a forma como as pessoas utilizam os recursos naturais é determinante para a preservação das espécies e do seu habitat. A solução representa, pois, uma oportunidade para sensibilizar os visitantes do parque para uma questão que não é só económica, mas também ambiental. Sublinhe-se que o desenvolvimento de novos métodos de eliminação deste tipo de resíduos é ainda importante para prevenir a contaminação dos solos.

A ideia de utilizar dejectos na produção de electricidade não é recente, como o mostram os vários estudos sobre a matéria realizados nos anos 90. O princípio consiste na utilização de bactérias específicas para decompor a matéria orgânica, que pode ser transformada em água e dióxido de carbono e gerar energia quimicamente, através de células de combustível.

Um pesquisador japonês, por exemplo, conduz há mais de cinco anos pesquisas nesta área. Fumiaki Taguchi pretende usar bactérias do sistema digestivo do Panda Gigante, bastante eficazes na decomposição da matéria vegetal, na produção de hidrogénio, aplicando-as em excrementos.

Os elefantes do Zoo apresentam-se como os “mais sérios” candidatos ao serviço. Não só produzem mais resíduos, como estes possuem mais potencial energético, já que os sistemas digestivos destes animais não são muito eficazes a decompor os nutrientes.

O parque poderá ainda recorrer aos préstimos de outros animais portentosos na “matéria”, como bisontes, alces, tigres ou leões. Consoante o processo, os seus dejectos poderão ser usados na produção de gás metano ou hidrogénio, convertidos em electricidade através de células de combustível.

A tecnologia já existe, sendo até apresentada como uma solução passível de ser aplicada numa viagem a Marte, mas os estudos sobre a sua viabilidade prosseguem. Actualmente, o Zoo nova-iorquino estuda a quantidade de dejectos produzidos por cada animal e a sua capacidade para produzir energia, de modo a determinar o potencial da tecnologia.



Fonte:
http://ciberia.aeiou.pt