Artigo retirado de:
http://www.felinus.org/index.php?area=artigo&action=show&id=1030
Autor:
Becas (Fernanda Ferreira) [ Europe/Lisbon ] 2007/04/07 16:12

Porto procura donos para animais no estrangeiro

O Movimento Internacional em Defesa dos Animais (Midas) alertou esta quinta-feira para um aumento «preocupante» do número de animais de companhia abandonados no Grande Porto, adiantando que já optou por procurar adoptantes no estrangeiro, escreve a agência Lusa.

«Já mandei alguns para a Alemanha e para a Áustria, onde há outro respeito pelos direitos dos animais», contou a dirigente do Midas/Matosinhos, Maria de Lurdes Rocha.

A generalidade das associações de acolhimento e tratamento de animais abandonados na região do Porto tem a sua capacidade esgotada, sendo esse o caso da Midas/Matosinhos, que alberga actualmente 150 cães.

Alguns amigos dos animais estão a tentar suprir essa lacuna, albergando em suas casas um elevado número de cães e gatos abandonados na via pública, em condições que a dirigente do Midas admite não serem as melhores.

Um dos casos é o de Benvinda Maria, habitante de Francelos, Gaia, que tem 20 cães na sua residência e confessa não saber o que lhes fazer, mas também não se conforma com a hipótese de os entregar ao canil municipal, para abate.

Uma vistoria sanitária à habitação desta cidadã concluiu que não tinha condições «sanitárias» para albergar tantos animais, dando-lhe um prazo até ao final da primeira semana de Abril para os entregar para abate ou para adopção.

O mesmo dilema enfrenta uma sua vizinha, que acolheu 12 cães encontrados na rua, contou Benvinda Maria.

«Estamos afeiçoadas aos animais e não queremos, de modo algum, que sejam abatidos. Mas também não conseguimos encontrar instituição que os possa acolher», disse.

«A nossa esperança está nos apelos que algumas pessoas amigas estão a fazer pela Internet no sentido de encontrar adoptantes», afirmou.

Segundo a dirigente do Midas, Maria de Lurdes Rocha, a crise social que se sente na região, uma das mais flageladas pelo desemprego, é uma das responsáveis pelo crescendo de animais abandonados de companhia deixados na via pública.

«Se uma família é atingida pelo desemprego, o cão lá de casa é o primeiro a pagar a factura. Daí, em parte, o aumento preocupante de animais de estimação abandonados ultimamente», disse a dirigente.

A mudança de muitas famílias de habitações térreas para pequenos apartamentos, onde é proibido ter animais, é outra razão apontada para o abandono de animais de companhia.

Maria de Lurdes Rocha disse ainda que os próprios veterinários municipais «contribuem» para a situação, porque geralmente «esquecem» a promoção da adopção dos animais, uma das suas obrigações legais.



http://www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?id=791792