Artigo retirado de:
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Autor:
Becas (Fernanda Ferreira) [ Europe/Lisbon ] 2007/02/28 14:29

O papagaio mais inteligente do mundo continua a surpreender

Alex e a Dra. Irene na Universidade do Arizona

Alex é um papagaio cinza africano, uma espécie estudada durante cerca de 30 anos pela investigadora Irene Pepperberg, da Universidade norte-americana do Arizona.

As potencialidades deste animal foram-se revelando de tal forma surpreendentes que originaram até a criação de uma fundação - The Alex Foundation -, onde se estudam as habilidades cognitivas e comunicativas de papagaios.

Alex foi comprado por Irene Pepperberg numa loja de animais de estimação de Chicago, em 1997, e teve já direito, em Junho do ano passado a uma festa de aniversário de comemoração dos seus 30 anos, de acordo com o site na Internet da Alex Foundation.

Muitas vezes os animais desta espécie, como araras ou catatuas, conseguem chegar até aos 80 anos, caso sejam bem tratados pelos donos.

De acordo com os investigadores que trabalham com Alex, a sua capacidade linguística corresponde à de uma criança de dois anos, embora o seu raciocínio para resolver problemas seja equivalente por vezes ao de uma criança de quatro.

Embora sendo incapaz de conversar como um ser humano, está perfeitamente apto a dizer claramente o que pretende e consegue responder a perguntas sobre mais de 100 objectos diferentes.

Entre 2003 e 2004, os investigadores da equipa de Irene Pepperberg analisaram a compreensão numérica de Alex.

A título de exemplo, eram apresentados ao papagaio conjuntos com quatro cubos verdes, cinco vermelhos e seis azuis e, em seguida, os investigadores lançavam a questão: «Quantos cor cinco?», ao que o animal respondia «vermelhos», sendo que as respostas eram quase sempre correctas.

O papagaio mostrou saber identificar números e até perceber o conceito de zero.

Numa determinada altura, os investigadores aperceberam-se de que se questionassem um número de objectos que não existia, Alex respondia «nenhum».

De acordo com o site da Alex Foundation, o papagaio começou a conseguir ainda distinguir entre o conceito de «maior e menor».

Quando lhe eram apresentados três números em plástico, o animal começou a conseguir dizer qual deles era o maior ou menor.

Mesmo quando lhe colocaram um número 2 de dimensão superior ao número 5, era capaz de responder que o número cinco era maior que o número dois.

O que Irene Pepperberg sublinha como «extraordinário» é o facto de Alex retirar conclusões das relações entre os algarismos sem que lhe tivesse sido ensinada correspondência entre um número e a representação visual de objectos nessa quantidade.

Por exemplo, o animal conseguiu perceber que o quatro é inferior ao cinco, mesmo sem lhe mostrarem quatro e cinco cubos.


Lusa (Ana Rute Peixinho) / SOL, 17 FEV 07

Fonte:
http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=22999