Anúncios | Artigos | Galeria |  Fórum   | Eventos | Utilizadores | Top | Raças | Diários | Quem?

Utilizador:
Password:
Memorizar-me


== ARTIGOS ==
Site Felinus
Lazer
Entrevistas
Clipping
BD
Newsletters
Encontros
Ajuda
Notícias
Sobre o Site
Informação
Raças
Conselhos
Legislação
Notícias
Campanhas
Crónicas
Histórias Felizes
Ficção
Humor
Opinião
Livros
Revistas
Filmes
Lojas
Veterinários
Alimentação




Artigos  » Opinião » Livros

O g é um gato enroscado



Editora: Editorial Caminho

Autor: João Pedro Mésseder

Ilustrador: Gémeo Luís

Páginas: 32

Colecção: Livros dos Quatro Ventos

1.ª edição: Maio 2003


João Pedro Mésseder vem-se confirmando com um dos valores mais seguros da renovação da poesia portuguesa para a infância. Os seus poemas e as ilustrações brilhantes e inovadoras de Gémeo Luís criam neste livro uma combinação irresistível.



Um gato ao sol

por Rita Pimenta*

«Onde vai o tempo?» é a primeira interrogação de João Pedro Mésseder em O g É Um Gato Enroscado, um livro de poesia (também) para a infância: «Onde vai o tempo / de índios e heróis, / de bolas rasando lentos caracóis / que abriam caminho / no meu quintal?»
O tempo, as palavras e a escrita são alguns dos temas que o autor percorre nos poemas que criou. A memória, as estações do ano, a paisagem e a noite também pontuam aqui e ali, em textos quase sempre comoventes. De vez em quando, há um gato que se passeia, ora num quintal, ora num cesto de palavras, acabando por se enroscar «a dormir ao sol de Maio».
O encanto pelas palavras e pelos livros está sempre presente na poesia do autor, sendo a obra Versos com Reversos (Caminho, 1999) provavelmente aquela em que esse deslumbramento mais se evidencia. Ilustrada por Danuta Wojciechowska, Versos com Reversos integrou a Lista de Honra da International Board on Books for Young People no ano 2000.
Em O g É Um Gato Enroscado, os poemas «Escrever», «Banquete em RR», «Os heróis dos livros», «Letra, palavra» e «Um livro» tornam-se homenagens, curtas e intensas, à matéria de que é feita a escrita. Escute-se um excerto de «Um livro»: «Levou-me um livro em viagem, / não sei por onde é que andei. / Corri o Alasca, o deserto, / andei com o sultão no Brunei? // P'ra falar verdade, não sei. / Com um livro cruzei o mar, / não sei com quem naveguei. / Com marinheiros, corsários, / tremendo de febres e medo? / P’ra falar verdade, não sei. (…) Um livro num passe de mágica tocou-me com o seu feitiço: / deu-me a paz e deu-me a guerra / mostrou-me as faces do homem / – porque um livro é tudo isso.»
Quem não imagina a vida sem livros ou sem escrita sabe do que se está a falar. E ninguém poderá ser condenado por tentar passar este vício delicioso para os mais novos. Oiça-se agora o pequeno poema «Escrever»: «Pouso o aparo na folha./ E olho a tinta – ou as aves? / Vestidas de negro as palavras / traçam linhas no azul / e seguem o rumo do sol».
Já no título De Que Cor É o Desejo? (Caminho, 2000), as rimas infantis, com as suas aliterações, repetição de palavras e bom humor confirmariam o talento e vivacidade do autor, portuense, no domínio da chamada «poesia para a infância». Por isso também o bom acolhimento da obra que se seguiu – Breviário do Sol (2002).
Os poemas de João Pedro Mésseder aparecem muito bem acompanhados pela arte de Gémeo Luís, menção honrosa na selecção para o Prémio Nacional de Ilustração 2002. A dança entre texto e ilustração que se espera resultar neste tipo de livros é aqui plenamente conseguida. Os desenhos de Gémeo Luís, com os seus efeitos de movimento e com as suas formas curvas e longilíneas, abraçam com delicadeza as palavras de João Pedro Mésseder.
Um livro sereno e quente, como um gato enroscado.


* Público, suplemento Mil Folhas, 6/12/2003, p. 13.




«O g é um gato enroscado / a dormir ao sol de Maio». Com dois versos se faz o poema «O g» e desses dois versos, o primeiro (...) dá título ao livro que João Pedro Mésseder escreveu e Gémeo Luís ilustrou. É um livro de poemas, que conduz os leitores (os mais pequenos e não só) em viagens pelo mundo e pela escrita.»



O Primeiro de Janeiro, suplemento Das Artes das Letras, 22/12/2003, p. 7.



Recensão sobre O g É um Gato Enroscado

Sara Reis da Silva (Universidade do Minho)*

De João Pedro Mésseder demos já a conhecer, por exemplo, Versos com Reversos (1998; livro nomeado para a «Lista de Honra do IBBY» de 2000) e De que Cor é o Desejo? (2000). À semelhança dos títulos que acabámos de lembrar, o livro de que hoje partilharemos uma leitura, O g É um Gato Enroscado, publicado já em Abril de 2003, representa, quanto a nós, mais uma colectânea poética cativante nas palavras e no grafismo.
Na verdade, é sempre num discurso sensivelmente experimentado e atento ao valor das palavras que os vinte e quatro poemas, profusamente ilustrados por Gémeo Luís e guardados em O g É um Gato Enroscado, se vão desvendando aos pequenos e/ou aos grandes leitores. Cruzam-se, assim, nesta poesia assinada pelo autor de Timor Lorosa’e – A Ilha do Sol Nascente (2001, Ambar), várias letras, inúmeras palavras, muita escrita e diversos ecos do livro, em geral, de alguns livros, em particular, e dos seus heróis (vide, por exemplo, «Os heróis dos livros»), numa espécie de elogio realizado desse mundo pelo qual o sujeito poético se vai aventurando, muitas vezes ludicamente, como acontece no poema «Banquete em RR», texto que, em certa medida, evidencia um fundo humorístico e estilístico-estrutural próximo dos tradicionais trava-línguas:
«A rainha da Roménia
segue o rasto do repasto
que roda em roda da mesa:
pernas de rã, rabanetes,
robalinhos, couve roxa,
rosbife assado com molho,
rabanadas, rebuçados…
- Meus queridos convidados,
vá, não se façam rogados.
Com este vinho do Reno
ataquemos já a eito.
E Deus queira que no fim
nos conservemos direitos.»


(Mésseder, 2003: s/p)
Neste livro de João Pedro Mésseder, assistimos igualmente à poetização de temáticas como a infância (dos livros ou de um velho submarino, por exemplo), o passado e a vivência do tempo, em geral, aqui reflectidos, logo na abertura, em «Onde vai o Tempo?», texto de onde sobressaem o passado e a dúvida face à sua fugacidade.
Nos poemas de O g É um Gato Enroscado, há, ainda, lugar para muitos olhares acerca da natureza, desse universo de que participam um jardim – ainda que um «jardim de palavras» feito de malmequeres, rododendros, prímulas, gardénias e dálias» («Jardim») –, um sobreiro dolorosamente nu («Agosto: um sobreiro»), um noctívago e ruidoso ralo que «ensurdece a noite» («Verão») ou um mágico jardineiro que «tem o dom da perfeição» e que Deus acolhe um dia «num lugar / onde cessam golpes e suores (…)» e «(…) Passam anjos carregados de tesouras, / de sachinhos, foices, regadores (…)» («O Jardineiro»).
O g É um Gato Enroscado, um livro forte e envolvente nas letras e nas imagens, um livro no qual as palavras e as ilustrações dialogam de um modo muito agradável e expressivo, um belo livro de poesia recomendável para todas as idades, porque este, como outros livros de qualidade, é também, afinal, «um pouco da vida»… bem o sabemos!


* www.terranova.pt (v. Links), 12/1/2004


Já leste este livro? Deixa aqui a tua opinião.






- Filipa Bastos (Filipa Bastos) [ Europe/Lisbon ] 2005/01/17 01:03

Versão para Impressão Enviar a um amigo

» Colorau ( Cláudia Soares) » [ Europe/Lisbon ] 2005/01/17 09:24
mmmmh, deve ser giro...
TERMOS DE USO | Regras de Utilização | Felinus e Cia. - © 2001 - 2024 Equipa Felinus